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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Festa da Colheita



A Festa da Colheita
Uma proposta de restauração das festas juninas para as escolas cristãs


Os memoriais, as celebrações e festas são métodos usados por Deus para edificar o Seu povo através de simbolismos para comunicar uma verdade ou rememorar os seus feitos na história do homem. Para que o temor de Deus fosse repassado as próximas gerações, foram estabelecidas algumas festas anuais como lembrança de momentos extraordinários na história do povo de Israel.
Nos dias de hoje, não nos cabe trazer de volta estas festas, somente pelo fato de serem festas judaicas, o que desejamos é resgatar o sentido simbólico e o espírito destas festas com fins didáticos para edificação das nossas crianças. O próprio Jesus propôs um novo sentido para a antiga festa da páscoa e estabeleceu novos símbolos para ela. A festa da colheita era uma destas festas e celebrava a Deus, como o Deus da providência, que fazia brotar da terra o alimento.
Guardarás a festa da colheita dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a festa da colheita, à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho.” Ex 23:16


Esta festa iniciava-se com os primeiros frutos colhidos da safra do ano e terminava 50 dias depois, após o fim da colheita de toda a safra daquele ano. (Festa das primícias / Pentecostes, festa da colheita ou dos tabernáculos) Toda esta festa relacionava-se com a bênção de Deus sobre a terra enviando a provisão de alimento para o povo. Eram momentos especiais para agradecimentos a Deus pelas colheitas do ano. Deus era louvado e reconhecido entre todas as nações pagãs, através de Israel, como o verdadeiro Deus da providência.


Na nossa cultura, o período de maiores colheitas do nosso campo acabou sendo envolvido a uma devoção cega e idólatra a alguns ‘santos’ da tradição católica romana, como bem sabemos. O período de colheitas passou a ser celebrado com festas dedicadas a santo Antônio, são João e são Pedro e o verdadeiro espírito de gratidão a Deus foi esquecido e deu lugar a um período de festas pagãs e idólatras vazias de sentido.



Como cristãos, temos a responsabilidade de resgatar a nossa cultura e acrescentar-lhe valor e sentido. Não podemos passar adiante um período de festas anuais – chamado de festas juninas, desprovidos de sentido e reverência a Deus, que é o verdadeiro provedor de todos e razão da alegria do homem. Este é o período do ano mais adequado para festejarmos ao nosso Deus a provisão do alimento. É um momento ideal para as nossas crianças visualizarem a mão de Deus que faz a semente brotar, que dá entendimento ao homem para cultivá-la, que manda a chuva, que faz crescer e brotar da terra o pão. 
Todo o cheiro das comidas típicas de milho, toda a cultura do homem do campo, todo o brilho das danças e festejos desta época podem se constituir de fortes ingredientes para fortalecerem a memória acerca dos feitos do Senhor e serem usados para marcar nossas crianças com a verdade de olharmos para Deus como o Deus da providência. Este período pode ser marcado como um período de intensa gratidão e celebração a Deus que nos dá o alimento que vem do campo todos os dias.
"Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, não cessarão.
Gênesis 8:22



Assim, como educadores cristãos, cumprimos o nosso papel de restauradores de ruínas e reparadores de muros, e como igreja, colocamos a nossa luz no velador e apresentamos uma celebração muito mais rica de sentido e cheia de gratidão ao Deus verdadeiro. Esta é a proposta de resgate da Festa da Colheita como principal celebração para o período junino.

Leia ainda: Ex 23:14-19 / Lv 23:4-21, 33-44 / Dt 16:1-17 / Sl 78:1- 8




Desmistificando as festas juninas

Vejamos a origem de alguns traços culturais marcantes das festas juninas:

- Roupas matutas: lembra a origem e costumes simples do homem do campo.
- Comidas típicas de milho: é o cereal mais abundante e colhido no período e que proporciona uma variedade de receitas aromáticas e deliciosas. Ex. Canjicas, pamonhas, bolos variados e ainda pode ser cosido ou assado na brasa.
- Fogueiras: eram a fonte de luz e calor para as noites frias do inverno. Serviam para iluminar o ambiente onde eram realizadas as comemorações ou multirões onde o povo da comunidade se ajuntava para debulho e armazenamento da colheita. Eram indispensáveis também para o preparo dos alimentos;
- Danças: maneira especial de celebração das colheitas. Muitas coreografias surgiram destas festas sendo as mais conhecidas, as quadrilhas.
- Casamento na roça: lembra a maior festa para o homem do campo e que sempre se procurava casar neste período de maior fartura.
- Decoração simples e com elementos do campo: era a melhor maneira em que os arraiais eram ornamentados para as noites de festa.

Podemos aproveitar o período das festas juninas para de fato torná-lo cheio de sentido para nossas crianças.


O que fazer? Celebrar e significar
A palavra-chave deste período é gratidão! Gratidão dirigida a Deus, que é o Deus dos céus e da terra. Gratidão e reconhecimento ao trabalho duro e simples do homem do campo que nos nossos dias parece esquecido o seu duro trabalho de lavrar a terra e retirar dela o alimento.

São inúmeras as atividades que podem ser desenvolvidas e que elevem estes valores e plante no coraçãozinho das crianças princípios da soberania de Deus como provedor, da mordomia dos recursos naturais e da utilização das colheitas, da semeadura e colheita tendo o trabalho como fonte de bênção de Deus para provisão do homem, da individulidade dos tipos de cereiais, comidas, cultivos, etc ...

Podemos fazer exposição de trabalhos, apresentação de danças típicas regionais e também hebraicas, confecção de comidas características do período, entrevistas e visitas a zona rural de produção agrícola, exposição dos frutos da terra, ciclo do caminho percorrido para que o alimento chegue até nossa mesa, entre outras ...
Assim, como escola cristã e igreja, temos a responsabilidade de santificar aquilo que foi profanado com o cuidado de não profanar aquilo que é santo.


Rubens Cartaxo
Junho 2007

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